sexta-feira, 20 de julho de 2012

Little Purple: a única amiga em que eu sento e piso em cima.

A magrela mais linda e mais charmosa que poderia ter conhecido. Está sempre à minha disposição, sempre pronta para sair comigo e me levar para todos os lugares que eu queira. A única amiga que não se sente humilhada por eu pisar e sentar em cima dela, pelo contrário, sente satisfação.

Little Purple
Nos meus momentos solitários, é a única que consegue ouvir a voz dos meus pensamentos, a única que me garante total liberdade e não me sufoca com os desprazeres do dia a dia na rua. Sem ela talvez estivesse menos feliz. Ela é quem consegue me mostrar a cada dia que passa que posso superar meus obstáculos, ultrapassar barreiras, estender os meus limites. Que me garante todos os dias a segurança em suas mãos, fazendo chuva ou fazendo sol, sempre estará comigo quando eu precisar. Já andei com ela para muitos lugares: já lhe apresentei a mata, já lhe apresentei o rio; falta eu apresentar a estrada, onde somente nós dois existiremos e viveremos. Em troca do peso da minha bagagem, onde ela graciosamente carregará, basta que eu lhe dê calçados novos.
Sou muito agradecido por tê-la, apesar de não poder ficar com ela para sempre. Sentirei muitas saudades quando partir

Abaixo uma pequena homenagem a essa minha grande amiga.


ELOGIO BARROCO DA BICICLETA

Redescubro, contigo, o pedalar eufórico
pelo caminho que a seu tempo se desdobra,
reolhando os beirais - eu que era um teórico
do ar livre - e revendo o passarame à obra.
Avivento, contigo, o coração, já lânguido
das quatro soníferas redondas almofadas
sobre as quais me etangui e bocejei, num trânsito
de corpos em corrida, mas de almas paradas.
Ó ágil e frágil bicicleta andarilha,
ó tubular engonço, ó vaca e andorinha,
ó menina travessa da escola fugida,
ó possuída brincadeira, ó querida filha,
dá-me as asas - trrim! trrim! - pra que eu possa traçar
no quotidiano asfalto um oito exemplar !

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