quinta-feira, 19 de julho de 2012

Capacete: use mas não se iluda

Todo dia encontro um site diferente tratando sobre mobilidade urbana e tal, e, óbvio, 99% das vezes é falando sobre bicicleta. Encontrei mais um hoje. É o blog da Sabrina Durant, que é jornalista e há 8 anos só se locomove de bicicleta ou transporte público.
Li um post dela que falava sobre o uso do capacete em que ela diz que "capacete não protege ninguém". O nome do blog e do post são, respectivamente: Na Bike - Ó, mãe, tô de capacete! 
E isso de fato é uma verdade. Como ela mesma diz no seu blog, o que protege a vida da gente é a "educação e civilidade do motorista quem vem atrás de nós, pelos lados ou na frente". É que nem a manifestação das meninas do Marcha das Vadias, onde elas, dignamente, gritam para a sociedade que não são elas que tem que deixar de usar minissaias, shortinhos, deixar de andar mais tarde na rua, se produzir, andar um pouco mais sensual, evitando um possível estuprador, mas a segurança pública e a mentalidade dos homens é que tem que mudar. Da mesma forma acontece com a bicicleta. Realmente não é o capacete que vai nos livrar da morte e sim a sensibilidade dos motoristas diante de um outro meio de transporte que necessita do mesmo espaço para se locomover. Mas a culpa é dessa vida louca que a cada dia transforma o ser humano num ser muito mais apressado. Ironicamente, o mesmo transporte que os deixa mais rápidos é o mesmo que os deixa presos num engarrafamento. Não pedimos que todos passem a usar bicicleta, porque nem todo mundo tem a manha de sair de casa e ir pro trabalho de bike, embora isso não seja nada difícil, o que queremos é mais respeito. Cansei de levar fechada de motorista de ônibus, cansei de ver gente acelerando o carro na minha direção pra assustar ou me forçar a sair da frente. Fato é que, corajosamente ou não, eu fico ali parado e espero o espírito de porco desistir da ideia idiota de tentar me amedrontar. Sei que posso estar lidando com um louco em potencial e minha vida estar correndo um sério risco, mas se eu começar a achar que todos podem ser loucos em potencial, melhor eu arrumar um trampo onde eu tenha que trabalhar em casa, pela internet, porque quer queira eu sair de bicicleta, a pé ou de qualquer outra forma, dos loucos, uma possível vítima nunca escapará, e não vai ter capacete que dê jeito, aliás, capacete nessas horas viram papel (já viram o material que é feito?). Bom, eu uso, sei dos benefícios dele mais não sou tolo, sei também das limitações dele, e como bem apontado pela Sabrina "Vamos ser justos. Protege, sim. Protege do próprio ciclista, de quedinhas bobas, tombinhos em baixa velocidade e em distâncias pequenas", para esses fins o capacete é perfeito, protege mesmo e eu incentivo o seu uso, não por ser imprescindível, mas para evitar as falácias de mentes vazias que insistem em botar a culpa dos seus erros em cima do ciclista que está sem o capacete. Então não dá para criticar os que não usam. Da mesma forma que aqueles que usam não podem reclamar da sua fragilidade, afinal, este acessório foi fabricado para assegurar que o ciclista, em eventos como estes citados acima, de pequenos tombos, saia com sua cabeça ilesa e por assim ser, pressupõem-se que o ciclista SEMPRE vai pedalar numa velocidade segura para si (e para os pedestres), e se assim é, qual o sentido de usar capacete se o ciclista está totalmente no controle da situação? Qualquer evento mais grave não seria causado por sua própria culpa, mas de outrem.
Capacetes não variam na qualidade, variam na cor e modelo, e é isso que deixam os capacetes mais caros ou mais baratos. Não se iluda! Compre aquele que tiver mais acessível ao seu bolso, porque o material usado nos capacetes é basicamente o mesmo e a sua segurança, se não depender de você ou do respeito dos outros, não é o capacete que vai fazer.

Leiam o blog dela, é bem interessante e divertido. Gostei muito mesmo.

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