quinta-feira, 12 de julho de 2012

Ainda riem da gente... porrãããnnn!!!

Desde que comecei a pedalar de verdade (porque antes não assumia a bike como meio de transporte) comecei realmente a perceber como as coisas são diferentes no trânsito do ponto de vista da bicicleta.
Passei praticamente minha vida toda andando só de ônibus. Meu Ensino Médio e faculdade inteira (4 anos) foi eu esperando no ponto um ônibus pra eu pegar. Era um mal necessário, pois na época meu pai ainda trabalhava com o único carro que tínhamos.
Na especialização (já com um carro novo), fui algumas vezes estudar, dirigindo o carro do meu pai. Enfim, cansado disso já, fim de 2010 minha noiva e eu resolvemos comprar um carro. Tivemos um fusquinha que funcionou pra gente apenas por 6 meses, sendo destes, 3 ou 4 ficou parado. Em seguida compramos um outro Fiat Uno 90, e aí esse sim usamos bastante e em todos os lugares. Tudo isso para chegar na seguinte questão: não teve um dia em que eu saísse com meu carro e não me chateasse com a alguma coisa no trânsito. Já começava que o meu carro não tinha ar condicionado e no calor que faz aqui em Manaus - não corre vento e ainda é abafado - isso era pra ser item obrigatório nas lojas. Cansei de dobrar a esquina e passar por buracos (outro defeito de Manaus), o que me deixava p... da vida, porque como nosso carro já era velhinho, a suspensão não tava tão boa, batia muito. Cansei de bater boca com gente na rua, cansei de pegar trânsito, cansei de sair arrumado com minha noiva e chegarmos fedidos de trânsito porque não podíamos fechar os vidros. Aí vem problemas mecânicos: portas, porta-mala, motor, suspensão. Por todos esses motivos o carro já me deixou p... e na mão. Acontecia que mesmo não tendo nada a ver, acabava me estressando até com a minha noiva, e isso era o fim da picada. Passamos pouco mais de um ano com ele e tivemos que vender. Ainda não tivemos outro e vai demorar pra isso acontecer novamente. 
Resultado parcial: meu nível de estresse em apenas 3 meses (sem carro) já deve ter caído aí uns 80%.


O outro lado da história.


Há quase 2 meses utilizo a bicicleta como meio de transporte. No início confesso que não aprovava muito, mas era porque ainda tava com o mau costume do carro inserido no corpo, ou seja, quer queira ou não eu tinha que ir de bicicleta, e muitas vezes deixei de ir por pensar que teria de ir com ela. Aos poucos, depois que voltei a realmente pedalar com maior frequência, toda semana nos mesmos dias, fui notando que a bicicleta já não me incomodava tanto assim, a ponto de eu começar a ter que ir em lugares onde seria longe pra ir a pé, porém, perto demais para ir de ônibus, e dar graças a Deus de olhar para minha magrela e percebê-la como uma opção ótima para resolver esse problema. Isso foi aumentando gradativamente. Depois que passei a ignorar o calor e o suor as coisas começaram a fluir mais rapidamente, e então comecei realmente a utilizar a bicicleta como um meio de transporte, varando zonas, indo de um lado a outro da cidade sem reclamar de nada, afinal, do sol me protejo com roupas adequadas e do calor me alivio com a água, o suor e o vento (coisas que servem pra refrescar, naturalmente). Já pedalei do centro-oeste (onde moro) ao extremo oeste, ao extremo sul da cidade, me falta percorrer o extremo norte e leste, ainda não tive oportunidade. Em todos esses momentos não tive um ataque de nervos, nunca bati boca com ninguém, cheguei em casa feliz da vida e já pensava em algo pra fazer no outro dia com a desculpa de ter que usar a bicicleta novamente. Você chega num determinado ponto depois que passa a usar a bicicleta frequentemente, onde seu empecilho é você mesmo, o seu condicionamento físico, e muitas vezes a minha vontade em pedalar passava da vontade de sair passeando, passei a buscar lugares mais desafiadores apenas para melhorar meu condicionamento físico. Hoje em dia, dependendo de como e onde eu for, já nem suo mais. Como bem disse André Pasqualini em seu blog "Suor é um problema para ciclistas iniciantes, mas quando chega o condicionamento físico (menos de um mês de pedal é o suficiente), suor deixa de ser problema". E realmente deixa. Outro dia mesmo um amigo que começou a pedalar comigo por esses dias, em determinado ponto da pedalada onde subíamos uma ladeira, ele vira, todo suado e manda "Pô, cara! Vocês não suam, não?" (rs).
Pedalar é muito gratificante. Você passa a se conhecer melhor porque você passa a ter mais tempo para refletir sobre si e sobre outras coisas, não é? Você muda o seu comportamento, você passa a ser mais cortês, gentil, educado, paciente, você já não precisa bater boca com ninguém, porque os motivos serão pífios. Evite-os. A bicicleta te ensina a ser assim. 
Resultado parcial: nível de estresse muito baixo. 


Abaixo, um post de André Pasqualini sobre seu "embate" entre cicloativistas e carroativistas, cada um defendendo calorosamente seus meios de transporte. Vale a pena ler. Pra você que quer saber quais as vantagens de se utilizar a bicicleta e deixar o carro de lado (ou passar a usar bem menos).


O Bicicreteiro - a vida de quem pedala como ela é!


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