sábado, 11 de agosto de 2012

Meu Pai, Meu Mestre, Meu Amigo

Após 28 anos ainda consigo lembrar da minha primeira bicicleta, na qual dei minhas primeiras pedaladas e, óbvio, isso me remete à lembrança do meu tutor (eterno tutor), aquele que com paciência me ajudou a ter a coragem de tirar as rodinhas laterais e a encarar a minha primeira volta na minha bicicleta sem elas.

Hoje dedico esse post ao meu querido pai, que não só naquele momento foi meu tutor, mas continua sendo até hoje. Não lembro bem o modelo da Caloi, mas lembro que era uma Caloi. Era toda branca com o quadro aquadradado, bonitinha. Andava pelos corredores externos da minha casa e quando meus primos vinham aqui em casa todos pedalavam nela. Obviamente passei muito tempo pedalando com as rodinhas, primeiro tinha que acostumar com ela.
Chegou num momento em que meu pai me incentivou a buscar novos desafios, foi quando resolvemos tirar as rodinhas e encarar algumas horas de treinamento. Acho que uma das principais coisas - se não for a principal - da vida de um pai é a proximidade intransferível de poder ensinar seu filho a andar de bicicleta. É um momento único, onde ali existem apenas o pai, o filho, a bicicleta e uma rua imensa para a relação destes. Lembro até hoje das palavras de incentivo e apoio do meu pai, da sua paciência e das suas dicas. Se hoje pedalo e estou disposto até a viajar de bicicleta, devo tudo a ele, que desde cedo me ensinou o que é força de vontade, superação, paciência, perseverança e, principalmente, liberdade, embora naquele momento nem passasse pela sua cabeça o fato de eu criar asas e sair por esse mundo afora, afinal, eu era apenas uma criança e aquilo tudo eram apenas lampejos do que eu iria desfrutar na vida quando estivesse mais adulto, por hora, era apenas uma criança aprendendo a dar valor aos primeiros ensinamentos passados por meu pai. Aprendi naquele momento (mas já aprendia desde o meu nascimento) que eu poderia confiar no meu pai sempre e me entregar sem dúvidas a qualquer coisa, desde que ele estivesse presente ao meu lado para me encorajar e me proteger. Certamente, um super-homem, meu heroi incondicional, para todas a horas, nunca somente nas horas vagas, mas inclusive nelas. Pai sempre presente, trabalhador (até mesmo depois de sua aposentadoria) e bom marido. Um homem exemplar e de longe o mais sensível da família. Para uma lágrima cair dos seus olhos, basta que ele lembre de um dos seus filhos.
Hoje já com seus filhos crescidos e com netos, ainda tem o costume de nos tratar como se fôssemos ainda pequeninos, como ele sempre nos tratou: com carinho, atenção, respeito, cuidado (muito cuidado) e as vezes parece mesmo que voltamos a ser crianças quando ele começa a proferir seus carinhos e seus conselhos. Inconformado por muitos anos com o fato de não poder ter sua família totalmente unida e ao que parece, graças a Deus, este será o último em que isso vai acontecer, pois em breve estaremos todos novamente reunidos na mesma cidade, na mesma casa, no mesmo LAR.
Meu pai, que Deus lhe conceda a honra de existir em nossas vidas por mais 100 anos (no mínimo rs.), que Deus abençoe seus cabelos brancos, que Deus abençoe a sua saúde, que Deus abençoe a sua vida, até que ela chegue ao início de uma outra vida, pois certamente esta não é a última em que o senhor viverá.
Não tenho como medir todo o meu agradecimento por todos esses anos que vem me ajudando e me ensinando a viver. Sou eternamente grato por isso.

Feliz Dia dos Pais, meu amigo, meu irmão, meu pai.

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