quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Evoluí: fiquei mais lento

A bicicleta depois de muito pedalar me fez ficar mais lento. Não que eu tenha regredido, pois atingi alguns limites antes não alcançados e até agora me provo sempre que posso conseguir. Dou graças a isso.
Agora que sei qual a capacidade que tenho, não preciso (e nem quero) sair por aí provando isso para todos. Eu sei do que eu preciso, e pedalar é o que eu preciso, estando a 30km/h ou 10km/h. Que passem todos os carros, todas as motos e todos os speedeiros, eu sempre estarei seguindo e seguindo sempre estarei. Sozinho ou em grupo, mas sempre lento, afinal, meu prazer se dá antes do desfrute do destino, está no caminho. Digo que não é regressão pois estou aprendendo a ser mais paciente e com ela ganho em troca cautela e de rebarba a minha integridade física. Hoje posso dizer que meu condicionamento está muito bom, mas não troco por nada a possibilidade de pedalar ao lado de alguém que se inicia nos pedais, pois sei que todas as metas que alcancei esta pessoa também alcançará e só há satisfação em perceber isso quando se acompanha essa evolução. E de que outro modo poderia acompanhar e me satisfazer dessa evolução se não pedalando devagar, no mesmo ritmo dos demais?
Sempre fui apressado e impaciente e na bicicleta encontrei meu remédio, preciso apenas de uma dose diária, e nos dias que não tomo meu "remédio" fico até com coceira pelo corpo. Não há melhor sensação do que sair de casa para ir à padaria. O tempo que levo para virar a rua da minha casa é inacreditável, dou duas pedaladas e o restante da rua percorro só na embalagem (rs). Pra quê pressa? Não sou officeboy! Consigo desviar de formigas até, de tão lento que vou. No fim, o destino indo e voltando é sempre o mesmo.
Escrevo isso pois acho que pedalar é desenvolver um senso de solidariedade do qual não encontraremos em qualquer outro meio de transporte. Pedalar lentamente me possibilita perceber, por exemplo, a dificuldade de um pedestre ao tentar atravessar uma rua, e por estarmos diretamente ligados hierarquicamente, não passa do meu dever ajudá-los.
Mas não sou hipócrita. No momento em que decido alcançar alguma meta, necessito do meu espaço, do meu tempo, do meu ritmo, e infelizmente, nessa horas, nada e nem ninguém pode me fazer parar e esperar. É o MEU limite, é o MEU obstáculo e somente MEU desafio: não compartilho com ninguém. Nessas horas não interessa se estou ou ficarei sozinho, contanto que não haja ninguém para me atrapalhar.
Como disse, pedalar passou a ser algo solidário para mim, portanto, sempre sentirei uma enorme satisfação sempre que alguém decidir vir pedalar comigo, muito embora eu tenha algumas regras ao pedalar, das quais se uma delas for descumprida... passar bem!
O pedal transforma, acredito que sempre para o bem, mas em níveis diferentes de qualidade. Não julgarei ninguém pelo que quer demonstrar ser, mesmo sendo realmente o que está tentando demonstrar, mas pense melhor sobre a Força que tem aos seus pés e em como pode usá-la da MELHOR maneira possível.

"Pedalo, pedalo devagar, pedalo bem humilde, sei como pedalar" =D


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